Compositor: Fher Olvera / Sergio Vallin
Por trás do muro em um convento
Há um sonho na pele
Irmã Maria se disfarça como o vento
Sonha e voa, vai com ele
Irmã Maria enclausurada
Lhe proibiram liberdade
As irmãs lhe avisaram com espanto
É pecado se apaixonar
É virtude a castidade
Padre Aurélio lhe disse
Irmã Maria guarde as asas
Minha filha fique em paz
Ela disse: Já não posso, Padre Aurelio
Se a luz entra na água
Se esquece do céu
Uma mulher apaixonada e decidida
Pasma o ar, o universo e a razão
Se a luz entra na água
Esquece o céu
Vai com um sonho na pele
Falando sozinha com sua sombra
Inventando estar com ele
Solta um beijo no ar e o chama
Lábios cheios de seu mel
Irmã Maria irremediavelmente apaixonada
Traz o coração ardendo
Está inundada de seus sonhos
De seus desejos
Ignorá-los é contra sua natureza
"Por piedade não me julguem" , arrebentou
Uma mulher apaixonada e decidida
Pasma o ar, o universo e a razão
Se a luz entra na água
Esquece o céu
Vai com um sonho na pele
Em fuga Padre Aurélio
E Irmã Maria, que mal
Surpreenderam-nos em pecado capital
Fuzilaram os dois
De mãos dadas até o fim
Como as árvores que morrem de pé
E sonhava
Com a luz da manhã na banheira
Que lhe beija o ventre
E os lábios e os pés
Se envergonha e se coram
Suas bochechas
Morreu com um sonho na pele
Com um sonho na pele